O número de pessoas interessadas em começar a trabalhar como árbitros em Jau é pequeno. A informação é de Edenilson Aparecido de Almeida, diretor da Secretaria de Esportes e também juiz esportivo. Ele diz que diariamente a secretaria cadastra candidatos a mesário, mas é raro quando se apresenta alguém que queira apitar campeonatos.
“São vários fatores. O problema da indisciplina, que sempre atinge os árbitros, o problema dos valores, que são considerados pequenos, que eles recebem. Dessa forma, fica difícil haver uma renovação de quadros”, fala.
Outro fator que acaba barrando alguns interessados é o pouco conhecimento das regras esportivas. Almeida fala que quando surge um candidato a árbitro, é exigido que tenha conhecimento pleno das regras da modalidade, o que nem sempre é demonstrado.
“Temos de ter essa exigência, caso contrário vamos ter problemas nos campeonatos, isso é certo. Então não basta querer ser juiz. Tem de estar atendo às normas para que possa ser contratado. Senão, é barrado de imediato”, fala. A maioria dos árbitros de futsal que trabalha para a Prefeitura tem cursos da Federação Paulista de Futebol de Salão (FPFS), informa Almeida.
A Liga Jauense de Futebol realiza anualmente cursos de reciclagem com seus juízes. No ano passado, foi promovido um trabalho com os assistentes, bandeirinhas e árbitros auxiliares. As aulas ocorrem sob orientação da Federação Paulista de Futebol (FPF).
Juízes reclamam de valores recebidos
Os valores recebidos pelos árbitros em Jaú é outro motivo de reclamação. Os que apitam o futebol de campo ganham até R$ 60 por jogo. Em alguns campeonatos, porém, os valores caem para até R$ 35.De acordo com o árbitro Augusto Fernando Picoli, o Leão, as taxas estão defasadas há pelo menos dez anos. Desde os anos 90, não ocorre reajuste nos pagamentos.
Em sua opinião, esse é um dos motivos que levam à dificuldade em surgir novos juízes esportivos em Jaú. “Temos uma geração nova que está começando, com alguns bons nomes surgindo. Mas fica difícil porque deixa de ser atraente, com esses valores pagos. O ideal seria ter um reajuste, chegar pelo menos no dobro do que é pago agora”, fala Leão.
Futsal
No futsal, enquanto partidas da Federação Paulista de Futebol de Salão (FPFS) têm verba de até R$ 300 para pagamento de árbitros, mesários e auxiliares, os valores repassados pela Prefeitura de Jaú são de aproximadamente R$ 90. Isso faz que os árbitros ganhem R$ 25 por jogo, descontadas as taxas e impostos.
De acordo com os responsáveis pela arbitragem do futsal de Jaú, o ideal seria que ganhassem entre R$ 40 e R$ 50, valor que seria compatível com a responsabilidade da função.
Nos últimos anos, alguns tradicionais juízes do futebol de salão local, como Carlos Antonio Massan, o Sombra, José Luiz Donizete de Almeida e Rafael Romero Teixeira, acabaram abandonando a atividade. Um dos motivos que alegaram para encerrar a carreira foi a baixa remuneração.
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